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segunda-feira, 15 de março de 2010

Vício entre as mulheres provoca uma devastação social




Elas são os núcleos familiares e o risco de gerarem filhos em condições precárias, possivelmente relegados a reproduzir essas mesmas condições, é muito maior


Mateus Parreiras - Repórter -



Segundo o coordenador-clínico do Centro Mineiro de Toxicomania (CMT), Oscar Cirino, o aumento do número de mulheres viciadas em crack provoca uma devastação social ainda maior, por elas serem os núcleos familiares e gerarem filhos em condições precárias, possivelmente relegados a reproduzir essas mesmas condições. "Elas chegam aqui já desesperadas, quando não estão dando mais conta. Vêm debilitadas, emagrecidas, mal vestidas, sujas. Algumas apresentam desnutrição, complicações do sistema respiratório, cardíacos", cita.
A prostituição para conseguir mais crack é muito comum, segundo a percepção do médico. "Há dois problemas. Um são as mulheres que, por causa do crack, fazem programas. Outro, são as prostitutas que passaram a usar crack e depois disso deixam de usar preservativos, aceitam qualquer quantia, naquela ânsia pelo tóxico". Entre as pessoas que ingressam no CMT por uso de crack, grande parte mistura a droga com cigarros e a consome com álcool, afirma o especialista. "As pessoas não podem desistir. É uma luta difícil. Para a mulher, isso gera questões além do preconceito social. Elas precisam do apoio da família. Em torno de 20% das pessoas conseguem abandonar a droga".
Essa nova fronteira rompida pelo crack ocorre num cenário em que as mulheres estreitam cada vez mais sua relação com as drogas. O número de mulheres presas por tráfico de drogas em Minas Gerais aumentou proporcionalmente mais do que o índice masculino, segundo dados da Subsecretaria de Estado de Administração Prisional. Foram 8,8% mais mulheres apreendidas, de 2008 para o ano passado. Crescimento de 574 para 625 registros, enquanto esse crime entre os homens aumentou apenas 6,3% no período, passando de 4.512 para 4.800 ocorrências.
O motivo desse maior ingresso das mulheres no tráfico, para o subsecretário de Estado de Administração Prisional, Genilson Zeferino, seria uma questão social que afeta os países em desenvolvimento. "A mulher nesses países tem ocupado mais espaços e há um convite, uma sedução do tráfico, já que as maiores oportunidades acabam não se materializando. Embora percebamos um avanço, a exclusão da mulher é ainda muito grande no mercado de trabalho formal". Um fato preocupante, salienta o subsecretário, é a idade avançada dessas mulheres. "Enquanto a média dos homens no tráfico é de 19 a 25 anos, a das mulheres gira em torno de 25 a 30. Ou seja, elas estão cientes dessa viagem sem volta. Das 428 presas, 20% (96) foram detidas levando drogas para os companheiros, filhos ou parentes", diz.



O crack deriva da planta de coca, é resultante da mistura de cocaína, bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada, resultando em grãos que são fumados em cachimbos.
O surgimento do crack se deu no início da década de 80, o que possibilitou seu fumo foi a criação da base de coca batizada como livre. O consumo do crack é maior que o da cocaína, pois é mais barato e seus efeitos duram menos. Por ser estimulante, ocasiona dependência física e, posteriormente, a morte por sua terrível ação sobre o sistema nervoso central e cardíaco. Devido à sua ação sobre o sistema nervoso central, o crack gera aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremores, excitação, maior aptidão física e mental. Os efeitos psicológicos são euforia, sensação de poder e aumento da auto-estima. A dependência se constitui em pouco tempo no organismo. Se inalado junto com o álcool, o crack aumenta o ritmo cardíaco e a pressão arterial o que pode levar a resultados letais.
Patrícia LopesEquipe Brasil Escola


Quais são as reacções do crack?

O que ele provoca no organismo?

O crack leva 15 segundos para chegar ao cérebro e já começa a produzir seus efeitos: forte aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremor muscular e excitação acentuada, sensações de aparente bem-estar, aumento da capacidade física e mental, indiferença à dor e ao cansaço. Mas, se os prazeres físicos e psíquicos chegam rápido com uma pedra de crack, os sintomas da síndrome de abstinência também não demoram a chegar. Em 15 minutos, surge de novo a necessidade de inalar a fumaça de outra pedra, caso contrário chegarão inevitavelmente o desgaste físico, a prostração e a depressão profunda.Estudiosos como o farmacologista Dr. F. Varella de Carvalho asseguram que "todo usuário de crack é um candidato à morte", porque ele pode provocar lesões cerebrais irreversíveis por causa de sua concentração no sistema nervoso central.
O crack é uma droga mais forte que as outras?
Sim, as pessoas que o experimentam sentem uma compulsão ( desejo incontrolável) de usá-lo de novo, estabelecendo rapidamente uma dependência física, pois querem manter o organismo em ritmo acelerado. As estatísticas do Denarc ( Departamento Estadual de Investigação sobre Narcóticos) indicam que, em Janeiro de 1992, dos 41 usuários que procuraram ajuda no Denarc, 10% usavam crack e, em Fevereiro desse mesmo ano, dos 147 usuários, já eram 20%. Esses usuários, em sua maioria, têm entre 15 e 25 anos de idade e vêm tanto de bairros pobres da periferia como de ricas mansões de bairros nobres.Como o crack é uma das drogas de mais altos poderes viciantes, a pessoa, só de experimentar, pode tornar-se um viciado. Ele não é, porém, das primeiras drogas que alguém experimenta. De um modo geral, o seu usuário já usa outras, principalmente cocaína, e passa a utilizar o crack por curiosidade, para sentir efeitos mais fortes, ou ainda por falta de dinheiro, já que ele é bem mais barato por grama do que a cocaína. Todavia, como o efeito do crack passa muito depressa, e o sofrimento por sua ausência no corpo vem em 15 minutos, o usuário usa-o em maior quantidade, fazendo gastos ainda maiores do que já vinha fazendo. Para conseguir, então, sustentar esse vício, as pessoas começam a usar qualquer método para comprá-lo. Submetidas às pressões do traficante e do próprio vício, já não dispõem de tempo para ganhar dinheiro honestamente; partem, portanto, para a ilegalidade: tráfico de drogas, aliciamento de novas pessoas para a droga, roubos, assaltos, etc.

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